Heart Team: Médicos do Ana Nery debatem casos complexos de pacientes

Foi realizada na última terça-feira, 18 de junho, mais uma reunião semanal do Heart Team (Time do Coração) do Hospital Ana Nery.

Formado por equipes de cirurgiões cardíacos, anestesistas, cardiologistas clínicos, hemodinamicistas, enfermagem especializada, engenharia clínica e direção médica, o Heart Team tem como foco discutir os casos mais complexos, nos quais a decisão de intervir de forma percutânea ou cirúrgica não está clara.

Nesta terça (18/06), foram discutidos os casos de uma mulher (68 anos) e de dois homens (40 e 68 anos).

Nas reuniões do Heart Team, cada apresentação é liderada pelo clínico líder da enfermaria, com a apresentação feita pelo residente. Todos podem opinar e, em caso de não haver consenso, o clínico líder pode conduzir de forma orientada pelos melhores interesses do paciente e sua família.

Para casos mais avançados, há a participação da equipe especializada de cuidados proporcionais e paliações.

Além disso, todas as reuniões são registradas e compõem um acervo para pesquisa e consulta de casos complexos conduzidos pelo hospital. 

Confira a decisão do caso apresentado na reunião anterior (11/06):

Mulher, 89 anos. Diagnóstico e história médica: doença renal crônica (DRC), troca valvar aórtica (TVAo) por prótese biológica em 2007, doença arterial coronariana (DAC) uniarterial (artéria descendente anterior com lesão de 80% em terço proximal/médio), disfunção de bioprótese (tipo dupla lesão aórtica), insuficiência mitral moderada à grave e internamento em instituição anterior com insuficiência cardíaca (IC) descompensada. Trata-se de paciente com idade avançada, frágil, múltiplas comorbidades, de baixa estatura, baixo peso e em internamento prolongado em outra instituição e sendo regulada para o HAN para realizar implante transcateter de válvula aórtica (TAVI) via judicialização. Proposta do médico clínico: tratamento clínico.

Decisão do Heart Team: durante o processo de autorização para o procedimento, houve mudança do status performance (capacidade funcional) da paciente. Como também, do ponto de vista técnico, apresenta origem de coronárias baixa, colocando-a como alto risco de complicações e para realização da TAVI. Assim, foi optado pela equipe multiprofissional priorizar tratamento clínico medicamentoso otimizado proporcional e intensificar os cuidados da equipe interdisciplinar e principalmente suporte nutricional. Foi decidido tratamento clínico, por consenso. Em momento de compartilhamento entre a equipe multiprofissional, paciente e familiar afirmam e demonstram entender a decisão da equipe, e concordam em segui-la.

Mulher, 37 anos. Diagnósticos e história médica: hipertensão arterial sistêmica (HAS), cardiopatia reumática, estenose mitral com realização de comissurectomia mitral em 2004, valvuloplastia mitral por balão em 2012, flutter em 2012, bloqueio atrio ventricular (BAVT) em 2014 com implante de MPD, troca valvar mitral por prótese mecânica em 2018. Proposta do médico clínico: Tratamento clínico.

Decisão do Heart Team: Trata-se de uma paciente jovem, em avaliação para terceira cirurgia valvar, com suspeita de trombo em prótese e com possibilidade de realização de trombólise. Decisão: tratamento clínico. Realizar ecocardiograma transesofágico para definição de presença de trombo e realização de trombólise, por consenso.

Homem, 73 anos. Diagnóstico e história médica: HAS, diabetes mellitus (DM), infarto agudo do miocárdio (IAM) prévio com angioplastia coronária transluminal (ATC) com implante de stent em descendente anterior (DA), tabagista, IAM recente em 25/5/2024. Proposta do médico assistente: tratamento cirúrgico.

Decisão do Heart Team: Trata-se de um paciente com risco aumentado de AVC, com lesão renal aguda e fração de ejeção baixa. Foi decidido tratamento percutâneo, por consenso.

Mulher, 57 anos. Diagnóstico e história médica: HAS, DM, IAM prévio em 2019 com ATC de DA e doença carotídea e angina instável (reestenose intra stent e novas lesões). Proposta: tratamento cirúrgico.

Decisão do Heart Team: Trata-se de paciente com piora sintomática mesmo com otimização medicamentosa (mas ainda sendo angina estável classe CCS 2), sem evento agudo recente, sendo realizado novo cateterismo, e identificada lesão difusa em artéria descendente anterior tendo leito de calibre fino, demais artérias sem lesões passíveis de tratamento cirúrgico, além de também ter finos calibres. Foi decidido tratamento clínico, por consenso.

Hoem, 44 anos. Diagnóstico e história médica: HAS, DRC em hemodiálise há 7 meses, ex-tabagista e ex-etilista (abstêmio há 7 meses). Com história de dor no peito aos esforços extra-habituais que vem com piora do quadro há 4 meses (CCS 3). Ao final de maio sentiu forte dor no peito, sendo internado em outra instituição, realizando eletrocardiograma e ecocardiograma nos quais apresentaram alterações e foi fechado diagnóstico de infarto. Regulado para HAN, realizado cateterismo que mostra lesões de padrão triarterial. Recentemente vem apresentando queda de hemoglobina ainda em investigação.

Decisão do Heart Team: Trata-se de um paciente com angina estável que teve piora de dor nos últimos 30 dias, em contexto de anemia, mas ainda em investigação de causa. Proposta: tratamento cirúrgico. Foi decidido tratamento clínico, por consenso.

Homem, 51 anos. Diagnóstico e história médica: hipertensão arterial sistêmica e infarto agudo do miocárdio. Proposta: Tratamento clínico.

Decisão do Heart Team: Trata-se de solicitação de angioplastia de artéria descendente anterior pelo médico assistente do hospital de origem devido a um IAMSSST, porém médico hemodinamicista avalia anatomia de artéria como não passível de revascularização. Assim, decidido tratamento clínico, por consenso.