Heart Team: Médicos do Ana Nery debatem casos complexos de pacientes

Foi realizada nesta terça-feira, 26 de março, mais uma reunião semanal do Heart Team (Time do Coração) do Hospital Ana Nery.

Formado por equipes de cirurgiões cardíacos, anestesistas, cardiologistas clínicos, hemodinamicistas, enfermagem especializada, engenharia clínica e direção médica, o Heart Team tem como foco discutir os casos mais complexos, nos quais a decisão de intervir de forma percutânea ou cirúrgica não está clara.

Nesta terça (26/03), foram discutidos os casos de dois homens (50 e 78 anos).

Nas reuniões do Heart Team, cada apresentação é liderada pelo clínico líder da enfermaria, com a apresentação feita pelo residente. Todos podem opinar e, em caso de não haver consenso, o clínico líder pode conduzir de forma orientada pelos melhores interesses do paciente e sua família.

Para casos mais avançados, há a participação da equipe especializada de cuidados proporcionais e paliação.

Além disso, todas as reuniões são registradas e compõem um acervo para pesquisa e consulta de casos complexos conduzidos pelo hospital.

 

Confira a decisão do caso apresentado na reunião anterior (19/03/24):

Homem, 21 anos, sem comorbidades prévias conhecidas. FA (fibrilação atrial), dupla lesão mitral: IM (insuficiência mitral) importante + EM (estenose mitral) leve), ICFEp (insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada), 42% de etiologia reumática perfil hemodinâmico A. Proposta do médico assistente: Tratamento cirúrgico de troca de valva mitral.

Decisão do Heart Team: Trata-se de um paciente jovem, eutrófico, o diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo com medida acima de 55mm traz maior peso de o prognóstico ser negativo, além de a chance de entrar em choque no pós operatório ser maior. Desta forma, ponderada necessidade de avaliação de outras especialidades, decidido por rediscutir em próxima sessão do Heart Team após resultado de avaliações e compartilhamento da proposta de tratamento com pacientes e familiares.

Homem, 63 anos. Diabético, dislipidêmico, ICFEr (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida) 33% de etiologia isquêmica, DAC (doença arterial coronariana) multiarterial, arritmia não especificada. Passado de Colecistectomia há mais de 20 anos e passado amputação suprapatelar direita traumática por acidente em 2017. Proposta do médico assistente: Tratamento cirúrgico de revascularização miocárdica.

Decisão do Heart Team: Houve remodelamento cardíaco. Coronária de padrão de grau ocluída, com risco cirúrgico agregado diante da disfunção de ventrículo esquerdo. Paciente sem outras comorbidades importantes, com sintomas aos esforços habituais em sua residência, estando compensado na enfermaria. Desta forma, decidido consensualmente por reavaliação de capacidade funcional pelo setor de fisioterapia e seguir com tratamento cirúrgico.

Homem, 68 anos. Diagnóstico de HAS (hipertensão arterial sistêmica), DM (diabetes mellitus), DAC (doença arterial coronariana), ex-tabagista, DAOP (doença arterial obstrutiva periférica) sendo realizada revascularização femoral-tibial + amputação 3° e 5° pododáctilo em 2022 e artrose de joelho. Relato de angina em aperto aos moderados esforços e dispneia/abafamento há cerca de 2 anos. Realizada investigação com evidência de DAC triarterial. Proposta do médico assistente: Tratamento percutâneo (angioplastia).

 

Decisão do Heart Team: Em laudo da angio-tomografia, há evidência de artéria direita ocluída e esquerda moderada. A esquerda anatomicamente é moderada, mas que sopra em um paciente com aterosclerose multivascular. Não há indicação de abordagem da carótida, por isso opinião de realizar angioplastia. Diante das exposições e avaliações, foi definido seguir com tratamento percutâneo.

 

Mulher, 67 anos. Hipertensa, ex-tabagista, história relatada de 03 IAM (infarto agudo do miocárdio) em 2021 e angina CCSII. Refere dispneia progressiva aos pequenos e moderados esforços– ICFEr (insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida) de etiologia isquêmica. Fibrilação atrial em investigação. Proposta do médico assistente: Tratamento clínico.

Decisão do Heart Team: Paciente assintomática, ex-tabagista (o que pode favorecer a desfechos desfavoráveis), alto risco cirúrgico e hesitante à realização de tratamento cirúrgico. Decidido consensualmente por manter em tratamento clínico otimizado.

Homem, 72 anos. IAMCSST de parede inferior em 08/03 – DAC triarterial 14/03: CD ocluída + TCE 60% + DA 90% proximal + CX 80% médio + 90% distal . Passado de AVCh (acidente cerebral vascular hemorrágico)  há 12 anos; HAS; Ex-etilista e ex-tabagista. Proposta do médico assistente: Angioplastia de TCE (tronco coronária esquerda) e DA (descendente anterior).

Decisão Heart Team: Fragilidade severa, função do ventrículo esquerdo de 38%, impossibilidade de realizar teste funcional por dificuldade de mobilidade e dor em membros. Avaliada factibilidade de tratamento percutâneo, sendo definido por seguir consensualmente com proposta.

Homem, 68 anos, hipertenso, obeso grau I, dislipidêmico, portador de HPB (hiperplasia prostática benigna). Passado de tabagismo 5 anos/maço (abstêmio há 40 anos). Apresentando DAC instável, CATE (cateterismo cardíaco) com lesão de 70% em tronco distal. Proposta do médico assistente: Tratamento cirúrgico.

Decisão do Heart Team: Tronco bifurcado, o que dificulta mais o tratamento percutâneo por ser lesão de tronco – DA, desta forma, avaliado por cirurgiões que definiram de forma consensual com toda a equipe presente, seguir com tratamento cirúrgico.

Homem, 81 anos. HAS, DLP, passado de aneurisma de aorta abdominal tratado em 2023 em outra instituição, IAMSST, veio para estratificação no HAN. ECO FEVE preservada 56%. ECG com BRE prévio. Cr 1.1. Pedido de ATC já que CATE é triarterial.  Proposta do médico assistente: Tratamento clínico.

Decisão Heart Team: TCE (tronco da coronária esquerda) >50% grave, envolvendo a CX (circunflexa) e Dg (diagonal), sendo considerado pela equipe um caso muito complexo. Desta forma, definido consensualmente por tratamento clínico otimizado.